2.9.12

[entrevista] banda convidada: THE US



Rescém-formada e saída do forno, a THE US de Belo Horizonte MG traz texturas, sonoridades oitentistas em  lindos vocais femininos por vezes beirando uma coldwave sinistra e o shoegaze das antigamente conhecidas como "guitar-bands".
Influenciados pelo pós-punk e as guitar 90's, eles se mostram num som limpo driblando os clichés e buscando novos barulhos que consigam tirar de seus instrumentos, que só eles saibam fazer.
Com vocês, a entrevista que Constrói & Destrói fez com Lucas Nascimento, guitarrista da banda, onde ele explica esse lance da caça aos timbres, sonoridades e sobre a cena de BH, e claro, vídeos da banda desempenhando ao vivo no estúdio, no final do post.

CONSTRÓI - Como e quando surgiram? Existe um formato ou estilo que a banda busca seguir a linha?

Lucas - A história do The Us é algo interessante. Em 2011 (Lucas Nascimento) comeceia desenvolver um projeto intitulado "Música de gaveta" com os amigos Adriano Bermudes (Ex-Sinnatras e Carol nas Nuvens), cantor e compositor, e a Ana Carol (Ex-Carol nas Nuvens), cantora. O “Música de gaveta” foi criado com o objetivo de "desengavetar" composições que estiveram por algum tempo esquecidas ou que, eventualmente, não caibam no repertório da banda que o músico integra. Foi, então, através do projeto que comecei a mostrar minhas composições, algumas muito antigas e, naturalmente, também fizemos algumas composições conjuntas. Como estávamos gostando do processo, chegamos a criar um blog e resolvemos montar uma banda. Após alguns ensaios, por motivos pessoais, o Adriano e a Ana Carol acabaram se afastando da música. Entretanto, levei em frente a proposta e minhas composições, já que estava muito empolgado. Continuei procurando por músicos que também topassem. A banda passou, então, por algumas formações que não deram certo. Uma característica que sempre busquei, foi ter uma mulher no vocal principal, já que sou aficionado por bandas que têm vocais femininos. Foi nesse meio termo que comecei a namorar com a Daysi Pacheco (atual vocalista do The Us) e a convidei para os vocais. O baterista Pablo Campos é amigo de adolescência e já havíamos tocado em várias bandas juntos: já estava na lista. O Guitarrista Fernando Prates (Ex-Carolina Diz) certa vez havia me dito que o seu sonho era ter uma banda com vocal feminino, portanto aceitou na hora o convite. Já o Humberto Teixeira foi a grande surpresa: era vocalista e guitarrista do "Carolina Diz", banda que alcançou grande expressão em BH e, posteriormente, no Brasil. Em um momento de bebedeira, o chamei para tocar baixo e ele curtiu a ideia: nunca o tinha visto tocar baixo, e fiz o convite porque possuíamos uma série de influências em comum, além de sermos muito amigos. Me surpreendi em todos os sentidos com ele.
Começamos a ensaiar em fevereiro de 2012, com algumas músicas minhas. Algumas tinham um formato totalmente acústico que, com a instrumentalização, foram ganhando vida de tal forma que todos os integrantes abraçaram de maneira muito afetuosa o projeto.

DESTRÓI - Quais são as influências?

Lucas - Somos todos viciados em música, inclusive pesquisadores. Isto nos dá uma gama muito grande de gêneros. Sendo assim, temos um campo de trabalho bem amplo, mas que possui raízes, principalmente, no Punk, Pós-Punk, Shoegaze Dream Pop e Indie. Então, ao falar da nossa linha, por mais diversificadas sejam as composições ou arranjos, sempre teremos um pé nestes estilos que, de certa forma, já flertam entre si naturalmente.

CONSTRÓI - Vocês produzem seus próprios shows? Conte um pouco como vêem a perspectiva de shows em BH e em outras cidades e festivais, para bandas com este tipo de sonoridade.

Lucas - Sim. Eu sou o produtor da banda e faço contato com as casas de shows, inscrições em festivais, cuido dos equipamentos necessários, passagens de som, etc; mas, de forma geral, todos são muito envolvidos e temos uma comunicação bem eficiente. BH é uma cidade, por vezes, difícil: há sempre oportunidades para tocar, mas ao mesmo tempo, é algo distante um artista independente galgar sustentabilidade em sua carreira. Grande parte da cena musical belorizontina é, em minha opinião, algo ainda disforme. Há muita diversidade e o que é quantitativo está bem próximo ao qualitativo. Por outro lado, isso possibilita fazer dobradinhas e parcerias com bandas de estilos diferentes e captar públicos de diferentes nichos. Fazer músicas em Inglês cria um público mais específico. No nosso caso, isso não foi uma escolha, pois temos como influência central o Rock Inglês, cuja sonoridade nos atrai bastante. Caminhamos muito para o meio alternativo e eu, principalmente,
confesso que tenho certa dificuldade na composição melódica, utilizando a língua portuguesa.
Estamos apenas organizando alguns materiais de divulgação para metermos o pé na estrada, e certamente há espaço para o nosso trabalho em festivais no Brasil a fora e temos convicção de que pelo mundo afora também.

DESTRÓI - Quais as bandas nacionais que vocês têm ouvido ultimamente?

Lucas - Costumamos ouvir muito o que há de atual no meio alternativo, nos manter sempre atualizados, sem deixar os clássico de lado, é claro! Creio que seria injustiça citar alguns artistas e deixar outros de fora, ou então faríamos uma lista ornamental. Tem muita coisa boa rolando em todos os cantos do Brasil, e me surpreendo mais a cada dia com a qualidade artística e de produção dos trabalhos.

CONSTRÓI - Quem compõe as músicas? Conte um pouco do processo de criação e produção utilizados.

Lucas - Desde o começo da banda até hoje tenho sido o compositor principal. Componho compulsivamente, mas desde o momento em que fomos ganhando mais coesão, os integrantes foram naturalmente mostrando suas composições e elas sendo agregadas ao repertório, de maneira harmônica. Além das parcerias com o Adriano Bermudes, hoje possuímos uma música que é do Humberto e uma parceria minha com ele, além de várias outras que estão na fila, sendo uma também da Daysi Pacheco. Sempre gravamos nossos ensaios, pois entre uma música e outra há, naturalmente, alguns improvisos e
experimentações, que tendem a serem transformados em músicas. Nesses casos, eu tenho criado as letras e melodias. Gostamos muito de explorar timbres, portanto, durante o arranjo das composições há sempre muita experimentação com pedais, diferentes efeitos, mesclas, camadas sonoras, etc. As conversas durante esse processo são constantes.

DESTRÓI - Qual música é o "carro-chefe", a que geralmente recomendam para primeira audição da banda?

Lucas - Ficamos impressionados com a receptividade que tivemos com a “Final Song”, como já dito, composição minha com o Adriano B. A diferente forma que ela tomou na banda nos chamou a atenção e quando soltamos o vídeo dela na internet tivemos acessos incessantes no youtube, dentro de pouco tempo. Todos os amigos compartilhando, indicando... Ao vivo também percebemos que ela chama muita atenção. Então, ela foi escolhida para ser o carro chefe, naturalmente.

CONSTRÓI - Qual um bom conselho para toda banda nova?

Lucas - Bem, o The Us é recente, mas todos os integrantes estão na música há muito tempo e posso dizer que o panorama de lá pra cá está sofrendo uma transformação, como, por exemplo, o trabalho de produção/divulgação, que hoje fica todo por conta do artista, a não ser que ele contrate (e isso inclui uma grana boa) profissionais que hoje são ramificados, ex.: Produtor musical, Produtor executivo, Assessoria de Imprensa, etc. É fato que isso é inevitável em determinada altura de uma carreira, mas no início é possível chegar a algum lugar à custa de muito trabalho. Um conselho que dou é valorizar as bandas da sua cidade, ir aos shows, fazer contatos e o principal: com a facilidade de gravar, lançar materiais e divulgar, há uma avalanche de coisas chegando todos os dias, então, a banda deve pensar no diferencial, que é a qualidade. Nunca abra mão da qualidade do seu produto! Acredito que a música, por si só, não chame mais tanta atenção, por isso, o audiovisual e produção gráfica bem feita de um material são muito importantes. 
Além disso, é claro, investir em equipamentos de qualidade e garantir profissionalismo nas apresentações.

DESTRÓI - Quais os planos daqui pra frente?

Lucas - Estamos cheio de planos. Ainda em 2012 lançaremos mais três músicas/vídeos, com formato semelhante aos já disponíveis, um clip oficial e nosso primeiro EP. Para 2013, devido ao volume de composições, estamos tramando o lançamento de dois álbuns completos ou, quem sabe, um álbum duplo. Junto a isso continuaremos buscando a ampliação do nosso público.

CONSTRÓI - Mandem seus links e contatos da banda

Lucas - Lançaremos nosso site junto com o EP,  já com as músicas disponíveis para Download. Há três vídeos em nosso canal do youtube, os links seguem abaixo, e também nossa fanpage no facebook, onde estão disponíveis fotos, agenda, release, contatos e demais informações sobre a banda.

Contato THE US
Lucas Nascimento
(31)9282-1322
bandatheus@gmail.com

Final Song

Someday

Cities

Facebook:

Mais informações: http://www.facebook.com/theus22