30.3.10

Programa Seligaridicula

Estréia hoje o primeiro programa "Seligaridicula", um programa totalmente independente que será veiculado à programação da rádio Rock Alive sempre nos dias 15 e 30 de cada mês às 21hs (Reprises no dia seguinte, 14hs).

O programa é uma idéia antiga de fazer um programa totalmente voltado ao rock de todas as vertentes, de todas as épocas, sem distinção de estilos ou idade.

O programa propõe um formato anárquico onde pode-se esperar entrevistas com bandas, convidados ilustres, bêbados, tiozões do rock e punks em conversas bastante francas, opinião... e o que der na telha.

A trilha sonora é baseada no enfoque principal de cada programa. O programa pode não lhe agradar por causa das entrevistas, ok, nós entendemos. Mas se você não gostar de nem uma musiquinha que rolar no programa, desculpa. Volta pro inferno seu Demônho!!!!!

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S.L.R.#1
Neste primeiro programa em visita ao Sebo Casarão em Campinas, conversei com o sr. Gilberto que é quem cuida da parte dos discos do sebo. Mais de 60 anos de rock, viveu na vila madalena trabalhou a vida toda como farmacia e remédios, mas ao se aposentar da profissão, achou outra mais prazerosa: montou loja de discos no início de 90. Enquanto todos estavam se desfazendo dos bolachões, ele captou muitos discos, acreditou no vinil e acertou!

Trilha sonora do programa: Já que o assunto é rock'n roll e não se fala nisso sem falar em blues, colocamos o que há de mais influenciado pelo estilo, com e sem clichês, claro! O Rock em fases, estilos e épocas diferentes, mas com o DNA do blues.
The Ventures e
Skip James são o pano de fundo para as entrevistas, e nos blocos, atiramos pra tudo quanto é lado.

BLOCO 01
Ventures - spudnick
Erasmo Carlos - minha fama de mau
Count Five - psychotic reaction

BLOCO 02
BRMC - beat the devil's tattoo
Velvet Underground - run run run
Rita Lee & Tutti Frutti - de pés no chão

BLOCO 03
Gang 90 & Absurdetes - jack kerouac
Made in Brazil - Banheiro
The Black Angels - black angel exit,shine
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Bobby Rydell - the wild one
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Os Pontas - la soufriere

Logo após as reprises do programa, disponibilizaremos como Podcast no blog da Rockalive e aqui também.

mais informações: http://rockalivesorocaba.blogspot.com/


ESTRÉIA: HOJE! [30/03]
todo dia 15 e 30, sempre às 21hs
REPRISE NO DIA SEGUINTE ÀS 14HS


27.3.10

José Serra solta seus cães em cima dos professores de SP

fotos retiradas do site  http://www.sysoper.com.br/sysletter/arqnews/20100326233735.html 
Os Professores.
A polícia atira em professor.
A polícia machuca professor
Professor socorre policial ferida.

Já não nos bastasse o sangue de barata da polícia, que qualquer coisinha, a (bichona covarde, caô, inimigo da sociedade), o monstro que se transforma o guarda da PM nessas situações, saca um spray de pimenta e usa quando ele bem entender contra qualquer coisa e na cara de qualquer um, contra professores, contra sua vizinha, contra seus próprios familiares e contra a própria mãe, provavelmente! Agora estão atirando de helicóptero??? Isso é que é ser brasileiro, pra eles!
[dramatização]
Com cara de que a diversão começar, o guarda espalha: "O Coronel deixou, vamos lá!" e o guarda gritava de volta "Aconteceu o que eu queria, borrachada na titia!", "finalmente diversão, professor pro camburão" - emendou seu colega. "borrachada nesses vagabundos!" - disse o menos criativo deles.
[fim da dramatização]

Sabe porque a PM age desse jeito? Porque pra eles tem uma lei que os impede de brigar pelos seus direitos de cidadão ou envolvimento com manifestações. (Ele é proibido de pensar!). Sendo assim, eles não podem lutar pelos direitos deles! Então, se eles não podem, os professores não podem, ninguém pode!

Que comando de Polícia é esse que permite tal atrocidade. Como eu disse, já não nos bastavam os bandidos, agora PM, QUALQUER COISA CHEGA E SOCA PIMENTA NA CARA, SABENDO QUE ATIRANDO NA CARA DELES PRÓPRIOS, DOS PROFESSORES PAULISTAS!!!!

CADÊ A LEI PRA VER ISSO AÍ DIREITO HEIN? ABUSO DE PODER FILMADO AO VIVO, QUEM SABE TEM UNS 30 VÍDEOS DE PROTESTOS NO YOUTUBE PROVAM QUE O PAPEL DA POLÍCIA MUDOU.

ELA TAMBÉM COMPACTUA E EXERCITA A OPRESSÃO A QUEM DEFENDE OS SEUS DIREITOS, VÃO VENDO MEUS AMIGOS... ABRAM BEM SEUS OLHOS!!!

Até quando o governador vai virar as costas pro povo de SP?

Até quando vai acontecer atrocidades oriunda do sistema que deveria nos proteger, não nos bater!

Baseado nessas fotos, podemos facilmente concordar que o governador José Serra é um verme covarde.

Bem amparado pela grande mídia, é o preferido da extrema direita do Brasil, que o idolatra!. Veremos novamente as já conhecidas arrogantes numero um do horário eleitoral: "Odete Roitman" e Regina Duarte de mãos dadas com a bancada ruralista e todas as raposas dos covis do brasil, que se cupincharam de vez pra elegê-lo como o santo paulista que devolverá as prioridades do Brasil aos interesses dos tubarões.

Vamos abrir o olho gente!!!

 O POVO FOI ROUBADO!!! ZÉ PEDÁGIO, ARROMBADO!!!!
 O POVO FOI ROUBADO!!! ZÉ PEDÁGIO, ARROMBADO!!!!

 ABAIXO A REPRESSÃO E PAU NO CÚ DO ZÉ ALAGÃO!!!
 ABAIXO A REPRESSÃO E PAU NO CÚ DO ZÉ ALAGÃO!!!

20.3.10

O rock, a MPB, os guetos e a Sorocaba dos anos 90 - um depoimento

PARTE 01
Em 1989  entrei no SENAI e adquiri minha independência financeira. Eu tinha 14 anos, e foi nessa essa época que comecei a tomar gosto pelo rock. Lia sobre bandas alternativas e locais através da coluna "Mais Cruzeiro" feita pelo mestre Gai Sang, do Jornal Cruzeiro do Sul. Não perdia um programa Som Pop, apresentado pelo Kid Vinil na TV Cultura e cada vez que descobria algo novo, corria para a loja Transa-Som discos e outras para ver se achava os discos das bandas e sons recém-descobertos, muitas vezes pedindo CDs importados das novidades pelo catálogo.
Me lembro que comprei meu primeiro disco de rock após ter escutado uma fita que ganhei de presente do grande Junior Dark. Na fita continha: The Cure, The Neon Judgment, Mecano de um lado e do outro alguns hits da coleta "changes" do David Bowie. Depois dessa fita, tudo começou: Fui para a primeira loja de discos que encongrei na frente, era uma lojinha na Dr. Braquinha  que nem lembro mais onome. Perguntei o que tinham do The Cure (DeKillwri), o cara puxou um "head on the door" novinho, que me acompanha até hoje. Daí pra frente, segui comprando mais discos do Cure e das bandas relacionadas como: Echo and the Bunnymen, Siouxsie and the Banshees, Sisters of Mercy, Front 242, etc... além das famosas fitas k-7 que gravava dos discos que emprestava dos amigos ou dos CD's que a Transa-Som alugava (Cocteau Twins, Front 242, Smiths) - ainda tenho muitas delas. Puta dó de jogar fora. Comprava revistas para ver as novidades, fotos, letras traduzidas... comprava principalmente as revistas Som Três e Bizz pra conhecer as novidades, matérias, histórias e fotos que continham. A fonte de informação não era como dar uma Googlezada e achar as respostas em segundos. Tu tinha que ir na banca e comprar certeiramente. Por muitas vezes, comprava um pacotão ultrapassado do ano passado por um preço mais razoável. Mesmo assim as informações e as fotos valiam a pena. Gostava dos textos do Humberto Finatti, que tinha um estilo jornalístico, vamos dizer assim, mais selvagem. O André Forastieri e o Barcinski eram mais sérios e muitas vezes até arrogantes... era divertido ler as críticas e como contavam e descreviam as bandas e álbuns. Foi lendo os textos deles que eu conheci o termo "pós-punk"(embora não tenha dado muita bola pra classificação na época, afinal, se era 80's e era estranho, não era gótico. Era "dark").
Nessa mesma época passei a frequentar os bares mais alternativos, gays, misturados, descolados da "moderna" Sorocaba dos anos 90: Arara Aurora, Satanássia(esses eu ia e ficava na frente. Não tinha idade pra entrar, mas pedia pros "de maior" comprar as biritas pra mim hehe), Entre Amigos, Iza Uzobona, Bauhaus, Asylo Arkan, Bar Brasil, PUB, Tom Pastel e outros... além de frequentar algumas festas que o Will e a Rosane Guariglia faziam em chácaras, espaços/bares ou até nas suas próprias casas.

Certa vez um amigo da fábrica me convidou pra ir lá no Paço Municipal assistir umas bandas tocarem. Aceitei. Chegando lá, vi uns caras com camiseta rasgada tocando uma música com uma letra absurda, poética e estranha. O refrão era "a peste escala o nosso leito, a peste". Era a banda Lispector desempenhando um cover de "o ápice" dos sempre grandes Vzyadoq Moe - patrimônio do rock Sorocabano. Eu estava diante do festival "De Olho no Som". Vi coisas peculiares esse dia e isso mecheu com a minha cabeça. Tinha algo diferente ali: Ninguém estava ostentando nada... quanto mais zuado, melhor e tinha até "uns caras meio hard-rock" tipo, vestidos igual umas bonecas do Freddie Mercury!

Pela primeira vez vi uma banda de formação anti-convencional num palco (3 teclados/sintetizadores + 1 guitarra), era o Blueshot Eyes, a banda do Eric (hoje propietário do PUB) que mal conseguiu se apresentar devido a protestos de metaleiros e "músicos" causando desordem na platéia alegando playback, para a infelicidade da banda que se apresentava. Foi um bom show, dentro do possível. Um desses que ficaram incitando o ódio à banda synth-pop, foi um cara que estudou comigo no SENAI, era fã de Pink Floyd que estudou violão e guitarra desde a infância e levantava a bandeira do "pisicodelico" com sua banda Latitude Zero, o Didi (que chocou os presentes pelo visual Glam), e não compreendeu o espírito da banda de synth-pop, alegando que "tava tudo programado" (risos). Porra, era uma banda de sinth-pop... o povo não entendia...

Do mesmo jeito que para o Didi aquilo não era concebível, pra mim nem passava pela cabeça comprar um disco de Chico Buarque, Caetano ou Gilberto Gil. Pra mim, roqueiro de verdade não podia gostar de MPB. Um pensamento "não vi e não gostei" alá Paulo Francis cocozão que logo logo não iria se sustentar.

Eu convivia com pessoas de estilos de vida diferentes, estilos de música diferentes, educações diferentes, personalidades diferentes, o trabalho, a escola (manhã, tarde e noite) e tudo se esbarrando em um bar aqui e uma festa ali. Minha cabeça virou uma confusão. Eram coisas demais acontecendo para se entender cada uma delas por mim mesmo. Eu não sabia direito o que realmente acontecia naqueles lugares, mas o que eu consegui absorver foram as musicas, os artistas locais, a amizade dos curiosos (e emblemáticos) donos dos estabelecimentos, e claro, a amiga boemia. Consegui até fazer uma certa amizade com a garçonete mais odiada (e mais competente) da cidade, a Ester (do Arara Aurora bar).
Naquela época eu não tinha a mínima idéia de onde estava me metendo, mas aquela diversidade toda misturada à marginalidade pomposa era como um imã. Eu via muitas pessoas descoladas falando o que pensavam, gays e heteros convivendo harmoniosamente. Eu acho que o que eu queria mesmo era ser aceito do jeito que era, e pensei que quem sabe no meio dessa gente louca, eu poderia obter sucesso. Me saí bem.

Desde 1989 já conhecia a Graça Brito, irmã de um grande amigo meu, que é (e sempre foi) uma fervorosa fã da MPB. Expectadora assídua dos bares com música ao vivo do estilo baquinho e violão, sempre vislumbrou um dia estar lá no palco tocando. Fazíamos parte da nova geração de "entendidos" e gostávamos de pensar que eramos díspares, independentes daquele mundo gay onde a moda, a dace music 90's e a "sapatão music" imperavam nos guetos da cidade. Costumávamos dizer que "a merda mudava de lugar, mas as moscas eram as mesmas", nos referindo aos artistas, público e repertório das intérpretes da MPB da época. A Graça me mostrou um dos primeiros álbuns que eu comecei a respeitar da MPB: GAL COSTA – 1969.

A inovação dessa época (na cidade) eram as Drag Queens, que apareceram causando nos bares de público "misto" da cidade com visuais originais e glamourosos. Nomes como Medéia Dark e Volúpia Delux apareceram do nada naquela Sorocaba onde até roqueiro cabeludo e homem usando brinco era um absurdo, eles inovaram os shows porque não usavam músicas da Witney Houston ou Donna Summer para se apresentarem, e sim Siouxie and the Banshees, Soft Cell, Dee Lite, Kate Bush e tecno-aeróbica (sensação da época). Uma dupla de garotas chamadas "As duas Simones" também se destacavam. Chamavam a atenção daquele povo porque faziam coreografias bastante peculiares e originais (não tenho certeza se uma dessas Simones era a Simone Nolé, mas acho que sim), para ódio e inveja das Travecas que imperavam há anos nos palcos desse tipo de lugar, se apresentando com Disco-Music e MPB.

Pelo estilo de vida e por influência de conhecidos, passei a frequentar o que seria o "circuito Max Kansas City" de Sorocaba: Frequentei os bares Sal da Terra, Garagem (a primeira vez que ouvi o disco todo do Vzyadoq Moe foi lá), Degrau's, Castelinho, Star Light (conhecida como "Bufa", ou "Queima-Filme"), a Chácara(qual era o nome mesmo?)... e muitos outros, que podiam ser um pardieiro, isso todo mundo concorda, mas faziam a mágica de misturar ricos e pobres, fashions e bregas, modernos e ultrapassados, chics e selvagens e finalmente roqueiros 80's e poperôs 90's. Definitivamente gostava muito mais de ir nos bares de rock como o Bauhaus o Asylo Arkan do que nos bares gays, mas não nego que me diverti muito enchendo a cara, se jogando e pirando na diamba.
Eu aprendi bastante nesses guetos. Achei poucos mas numerosos amigos e cheguei a conclusão que não estava satisfeito com a ideologia desses grupos impenetráveis, modistas e egoístas. A vida não poderia se resumir a ir naqueles guetos pelo menos uma vez por semana, e no dia do pagamento, partir pra São Paulo nas boates Blue Space, Corintho, Rave, Sra.Krawitz. Acompanhar novelas, discutir a vida alheia, e o principal passatempo preferido da galera: correr atrás de convites de graça para frenquentar festas chics e eventos associados às lojas de marca dos shoppings da cidade. Eu não tinha nada a ver com o círculo vicioso da "gay life" e também não tinha nada a oferecer à eles. Não tinha carro, não era rico, não tinha uma casa pra receber meus amigos, não era chic, não me esforçava para estar na moda, não tinha uma benga de 23cm, achava um saco as festas dos "modernos", mas gostava de ver um bom show de travesti com a Veluma e a Paulette Wells (essa, pulava do palco e caía no chão da boate numa peitada que fazia um estrondo). Festa boa com essa galera "mix" era quando o Will ou a Rosane Guariglia faziam. Eles sempre souberam misturar públicos em Sorocaba. Devemos muito à eles e não só ao Vzyadoq Moe, mas a todos os amigos deles. Boa parte deles foram as pessoas que montaram esses bares que descrevo aqui. O alicerce dos 90's em Sorocaba foi arquitetado por eles.
Um exemplo engraçado desse povo que desejava ser moderno e chic, mas contrastava  com suas realidades: Tinha um figura engraçado, até gente boa, o "Zalla". Uma vez ele chegou no bar Entre Amigos vestindo uma reluzente jaqueta da Forum, "caríssima", e com um "F" enorme de difícil não-notabilidade. Falava com gosto o preço que havia pago e dava de ombros, e cada amigo que encontrava (se não perguntassem) ele mostrava o jaquetão turbinado. Até aí, tudo bem "cada quá com seu piquá", até o momento que o mesmo pegou o cardápio, e resolveu pedir uma porção. A galera se decidiu por uma porção de batata frita e o mesmo achou "muito pobre". Chamou o garçon e pediu uma porção de algo bem mais caro. Então um amigo da mesa na mesma hora virou e gongou a bela: "Você tem dinheiro pra pagar a porção?", e o mesmo murchou quietinho e abanou a cabeça negativamente. Era sempre assim, muitas figuras desse tipo rolavam pela noite. Vestiam Forum, Zeppelin, Zoomp e etc, mas não tinham um puto no bolso por gastar todo (ou quase todo) o salário com essas bobagens para se enquadrarem no esquema 'fashion'.

Na mesa dos bares aprendi em quem confiar, mas principalmente em quem não confiar, e como reconhecer cada um deles. Mas eu já estava cansado daquilo. Meu negócio era rock, e esse povo não queria nem ouvir falar nisso.

Em 1992 a MTV começou a sintonizar em UHF (era um tal de virar a antena todo dia...) e me mostrou bandas novas e legais. Às vezes programava o vídeo k-7 pra gravar a noite inteira, e no outro dia ia colher os frutos do que rolava nas madrugadas.

Vi estreiar no programa Demo MTV (então apresentado pelo Daniel Benevides) o clipe "rompantes de fúria" dos queridos conterrâneos: Vzyadoq Moe. Foi lindo. Foi literalmente um choque. Fiquei orgulhoso deles. Eu nunca os tinha visto em ação e mesmo sendo um clipe, pude sentir a força daquilo. Tive a sorte de gravar o clipe, e assistindo-o um milhão de vezes com o ouvido grudado no falante da televisão, tentando transcrever a letra (em vão).

Enquanto os modernos curtiam Madonna, Erasure, Right Said Fred, Pet Shop Boys, Gilette, Crystal Waters, Ace of Base, 2Unimited e etc... eu curtia: Alice in Chains, Suede, Body Count, The Young Gods, Nirvana, The Cult, Radiohead, The Auteurs, EMF, Depeche Mode, Jesus Jones, o black álbum do Metallica, Pearl Jam, Ministry, Nine Inch Nails, Frontline Assembly e relacionadas. Foram essas bandas que me acompanharam durante esse período onde dei uma volta no lado selvagem da cidade. Me reservava a escutar o que realmente curtia na minha casa, no meu Walkman, e com poucos amigos roqueiros do colégio e da fábrica onde eu trampava.

Já era 1995, Chico Science revolucionava o rock no Brasil, assim como o Planet Hemp. Eles eram desafiadores e sensacionais, eu os amava. Mas se houve um programa na TV que realmente revolucionou a minha cabeça e me apresentou bandas totalmente fora de modismos, esse programa foi o "Lado B" da MTV. O mestre Luís Thunderbird apresentava e além de colocar na programação tudo de rock que já citei acima, me mostrou bandas diretamente influenciadas por aquelas dos anos 80 que eu já gostava (logo algumas dessas bandas se espalhariam na programação da MTV).

Alguns álbuns em especial deixaram meus pais e os vizinhos loucos a ponto de deflagrar uma guerra dentro de casa: o "Broken" e "Downward Spiral" do Nine Inch Nails, "The Mind is a terrible thing to taste" e "Psalm 69" do Ministry, qualquer um dos Sisters of Mercy e o "insesticide" do Nirvana. Eu adorava esses álbuns. A revolta contida nas letras, o poder da cacetada dos beats, as guitarras e letras gritadas eram tudo o que um multiplamente auto-incompreendido precisava naquela época. Os discos, vídeos e apresentações dessas bandas me faziam bem e despertaram algo dentro de mim. Meus pais já não sabiam o que tinha dado errado com o filho deles. E eu lutava para me livrar das amarras que eles impunham. Saía de casa pela tarde e voltava no outro dia no horário do almoço, para horror dos coroas. Era duro explicar onde tinha ido, com quem estava e fazendo o que. A amiga mentira foi quem me protegeu por todo esse tempo perante minha família, na fábrica e no colégio.
Eu era bonzinho demais e só me ferrava por isso. Eu tinha que mentir "um dia sim e outro também" pra justificar coisas pros outros na fábrica, na minha casa, pra minha família, amigos das antigas, amigos do colégio, vizinhos e quem me cercava.

Já era 1996, e eu vi que meu lugar não eram nos guetos  ou correndo atrás de modismos que o mundo iria me aceitar. Não era nada daquilo que eu precisava. Percebi que tinha que lidar com o mundo como ele era, e o mundo não se resumia aos guetos. O que eu precisava mesmo era tomar uma atitude. Então, tomei uma atitude...

CONTINUA... (um dia)

19.3.10

HOJE! Projeto Gerador em São Paulo, na Av. Paulista x Rua Augusta 18HS!!!

O Projeto Gerador parte hoje para sua mais ousada inserção: Em plena manifestação dos professores por melhorias no ensino público na Av Paulista, às 18 horas, esquina com a Rua Augusta, serão montados os equipamentos, assim, "vapt-vupt" e vai rolar rock com as bandas:

E...

Apoio total à greve e manifesto dos Professores de SP + rock de assalto!!! 
QUEM ESTÁ MARCANDO AÍ EM SP OU VAI PARTICIPAR DA MANIFESTAÇÃO, PRESTIGIE A GUERRILHA DO ROCK EM PLENA AÇÃO!!!

14.3.10

GLAUCO R.I.P. :(

 
Esta é uma humilde homenagem, que embora funesta, não poderia deixar de postar.

Todos souberam do ocorrido com Glauco e seu filho Raoni, assassinados em SP meu... sem palavras, muito triste isso...
Assassinatos como este acontecem todos os dias. Bandidos constróem seu "respeito" e causam medo devido ao tamanho de sua covardia. Nesse caso, era "só" mais um lunático desses que a gente vê por aí, e cada vez que vê se surpreende, por pensar que ainda está vivo ou que ainda não fez a cagada certa. Esse lunático, se estava procurando, já achou a cagada da sua vida.

O mundo do humor ficou menos alegre e inteligente.

Descansem em paz!






2.3.10

Quem faz o mundo é a gente!

Essa semana foi lançado no Youtube o  documentário “Quem Faz o Mundo é a Gente”, projeto idealizado por alunos do curso de Pedagogia da Faculdade Comunitária de Campinas (FAC III) e dirigido por Héctor “Zazá” Vega e Marcos Lalli.

Filmado na EMEJA (Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos) Nísia Floresta no bairro Vida Nova, periferia de Campinas/SP, ”Quem Faz o Mundo é a Gente” é um emocionante relato sobre homens e mulheres que voltaram a estudar depois de anos fora da escola.

Quem Faz o Mundo é a Gente - Parte 1

http://www.youtube.com/watch?v=WVQnVAFu_-E

Quem Faz o Mundo é a Gente - Parte 2

http://www.youtube.com/watch?v=zD3cadNH_B8

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Parabéns ae Zazá e Marcos Lalli!

Museu da Imagem e do Som de Campinas - Programação Março 2010

PROGRAMAÇÃO CIRCUITO MIS DE CINEMA
MARÇO / 2010


CICLO:  "Literatura alemã no cinema"

“FAUSTO” - "Faust "
Dia: 05 / 03 / 2010 (sexta-feira) - 19h- Debate após a Exibição
Direção: F.W. Murnau
Ano: 1926 - (Alemanha)
Elenco: Emil Jannings, Gösta Ekman, Camilla Horn, Frida Richard,
William Dieterle.
Sinopse: Deus e Satã lutam pelo domínio da Terra. Para isso, fazem uma
aposta pela a alma de Fausto, um alquimista erudito e religioso.
Quando este se revolta com a enorme quantidade de vítimas da peste
bubônica, Satã envia Mefisto para tentá-lo, aproveitando-se de seu
momento de fraqueza. Filme clássico do expressionismo alemão.
116 min  -  p&b / mudo


“OS NIBELUNGOS – Parte I: A Morte de Siegfried” – “Die Nibelungen:
Siegfried”

Dia:06 / 03 / 2010 (sábado) - 16h – Debate após a Exibição
Direção: Fritz Lang
Ano: 1924 – (Alemanha)
Elenco: Paul Richter, Margarete Schön, Hanna Ralph, Theodor Loos.
Sinopse: Siegfrid, filho do rei Sigmund, ouve falar da linda irmã de
Gunter, rei de Worms, Kiemhild. Na ida para Worms, ele mata um dragão
e encontra um tesouro, o Hort. Ele ajuda Gunter para ganhar a mão de
sua irmã.
143 min -  p&b / mudo


“OS NIBELUNGOS – Parte II: A Vingança de Kriemhild” – “Die Nibelungen:
Kriemhilds Rache”

Dia:06 / 03 / 2010 (sábado) - 19h30min – Debate após a Exibição
Direção: Fritz Lang
Ano: 1924 – (Alemanha)
Elenco: Margarete Schön, Rudolf Klein-Rogge, Georg John, Theodor Loos.
Sinopse: Após a morte de Siegfrid, Kriemhild casa-se com Etzel, rei
dos Hunos. Ela dá à luz a uma criança e convida seus irmãos para uma
festa e tenta convencer Etzel e os outros Hunos a matarem Hagen, o
assassino de Siegfrid, que se tornou protegido de seus irmãos. Uma
batalha se desenrola para que seus irmãos entreguem Hagen.
129 min  -  p&b / mudo

CICLO: ”VISÕES SOBRE O LESTE EUROPEU”

 “VIDEOGRAMAS DE UMA REVOLUÇÃO” –  “Videogramme Einer Revolution”
Dia: 12 / 03 / 2010 (sexta-feira) - 19h – Debate após a Exibição
Direção: Harun Farocki, Andrei Ujica
Ano: 1992 – (Alemanha)
Sinopse:. Em 1989 na Romênia, uma revolta derrubou o governo e
executou seu líder, Nicolau Ceausescu. Durante cinco dias,
manifestantes ocuparam a estação de televisão estatal em Bucareste e
transmitiram 120 horas contínuas de programação, levando aos
espectadores uma cobertura em tempo real. Em Videogramas de uma
revolução, os diretores Harun Farocki e Andrei Ujica combinam imagens
da transmissão televisiva com o vasto material produzido por
cinegrafistas amadores nas ruas da capital romena e reconstituem os
eventos que culminariam com a queda e a execução de Ceaucescu.
107 min


“O HOMEM DE MÁRMORE ” -  “Czlowiek z marmuru”
Dia: 13 / 03 / 2010 (sábado) - 16h- Debate após a Exibição
Direção: Andrzej Wajda
Ano: 1976 - (Polônia)
Elenco: Jerzy Radziwilowicz, Krystyna Janda, Tadeusz Lomnicki, Jacek
Lomnicki
Sinopse: Em 1976, uma jovem cineasta da Cracóvia, está produzindo um
filme/tese, que seria seu projeto de conclusão do curso. Ela procura
cenas que possam ilustrar um documentário sobre a vida de um pedreiro
que, durante os anos 50, tornou-se um herói proletário e ganhou uma
estátua de mármore. Ela tem acesso às filmagens da época e entrevista
de pessoas próximas ao personagem, e começa descobrir a realidade dos
fatos.
165 min

CICLO: ”CINEMA E FILOSOFIA – Holywood Lado B ”

“CÃES DE ALUGUEL” – “Reservoir Dogs”
Dia: 19 / 03 / 2010 (sexta-feira) - 19h – Debate após a Exibição
Direção: Quentin Tarantino
Ano: 1992 - (EUA)
Elenco: Michael Madsen, Quentin Tarantino, Kirk Baltz, Randy Brooks,
Harvey Keitel
Sinopse: Uma gangue de ladrões, fugindo de um assalto bem-sucedido,
encontra-se em um armazém. O problema é que a polícia está atrás
deles, e cada um começa então a desconfiar que possa haver um traidor
no grupo. O filme tem uma montagem que mostra as cenas no armazém
intercalando-se com flashbacks da preparação para o crime, até um
final surpreendente. Roteiro inteligente, na ótima estréia de Quentin
Tarantino na direção.
99 min


“PULP FICTION – Tempo de Violência” –  “Pulp Fiction”
Dia: 20 / 03 / 2010 (sábado) - 16h- Debate após a Exibição
Direção: Quentin Tarantino
Ano: 1994 - (EUA)
Elenco: John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Bruce Willis,
Harvey Keite.
Sinopse:. Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L.
Jackson) são dois assassinos profissionais encarregados de fazer as
cobranças para um gângster, mas, durante um trabalho, passam por
vários imprevistos. Em outro momento, Vincent recebe a incumbência de
cuidar da esposa de seu chefe (Uma Thurman), que procura diversão a
qualquer custo, colocando-o em maus lençóis. Neste filme, o diretor
Quentin Tarantino reinventa a violência dos gângsteres americanos.
160 min

Ciclo - “DIVERSIDADE CULTURAL – outras linguagens, outros olhares”
Curadoria: Adriano de Jesus



“HAMACA PARAGUAYA” – “La Hamaca Paraguaya”
Dia: 26 / 03 / 2010 (sexta-feira) - 19h- Debate após a Exibição
Direção: Paz Encina
Ano: 2006 – (Paraguai, Argentina, Holanda, França, Áustria e Alemanha )
Elenco: Ramon del Rio, Georgina Genes.
Sinopse: 14 de junho de 1935.  Estamos no outono, mas o calor continua
a ser esmagador. Em uma terra isolada no Paraguai, Candida (Georgina
Genes) e Ramon (Ramon del Rio), um casal de camponeses idosos, esperam
o retorno de seu filho, que foi para a frente de combate na Guerra do
Chaco.Eles também esperam a chegada da chuva (que nunca chega), e,
finalmente, a esperança de que as coisas melhorem. E esse momento de
eternidade é entre o passado e o futuro por vir. Mas cada parceiro vê
as coisas à sua maneira: Ramon, o pai, enfrenta com otimismo, enquanto
que Candida, a mãe, está convencido de que seu filho está morto.
78 min


“DISTRITO 9 ” – “District 9”
Dia: 27 / 03 / 2010 (sábado) - 16h – Debate após a Exibição
Direção: Neil Bloomkamp
Ano: 2009 – (África do Sul)
Elenco: Jason Cope, Kenneth Nkosi, William Allen Young, Sharlto Copley.
Sinopse: Há mais de 20 anos, os alienígenas fizeram seu primeiro
contato com a Terra. Os seres humanos esperavam um ataque belicoso ou
avanços gigantescos na tecnologia. Não aconteceu nem uma coisa nem
outra. Em vez disso, os alienígenas se tornaram refugiados incapazes
de retornar ao seu planeta. As criaturas foram alojadas em instalações
improvisadas no Distrito 9 da África do Sul, enquanto as nações do
mundo discutiam o que fazer com eles. Agora, a paciência com a
situação dos alienígenas já se esgotou. O controle sobre os ETs ficou
a cargo da União Multinacional (MNU), uma empresa privada indiferente
ao bem-estar dos alienígenas. A MNU registrará lucros exorbitantes se
conseguir fazer com que as poderosas armas deles funcionem. Até o
momento, todas as tentativas fracassaram, uma vez que a ativação
desses armamentos exige o DNA alien. A tensão entre os alienígenas e
os seres humanos chega ao ápice, quando a MNU começa uma operação de
despejo dos não-humanos do Distrito 9, em que agentes da MNU os
conduzirão a um novo assentamento. Um dos agentes de campo da MNU,
Wikus van der Merwe (Sharlto Copley), contrai um vírus alien que
começa a alterar o seu DNA. Wikus logo se torna o humano mais caçado
do planeta, bem como o mais valioso – ele é a chave de acesso ao uso
da tecnologia alien. Discriminado e sem amigos, só resta um lugar onde
ele poderá se esconder: o Distrito 9.
112 min

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

CICLO: “CYBERPUNK JAPONÊS”
Curadoria: Gabriel Zanardelli Vince Esgalha

“AKIRA”
Dia: 27 / 03 / 2010 (sábado) - 19h30min – Debate após a Exibição
Direção/Criação: Katsuhiro Otomo
Estúdio de Animação: Tokyo Movie Shinsha
Ano: 1998
Sinopse: A história desenrola-se em Neo-Tóquio, uma cidade de Tóquio
reconstruida (sobre o que é hoje a Baía de Tóquio) depois de ter sido
destruída na III Guerra Mundial. Segundo vem depois a constar, a III
Guerra Mundial foi (supostamente) iniciada pelo crescimento
incontrolável de poderes sobrenaturais de uma criança chamada Akira,
que foi registrado num programa governamental secreto de pesquisa. No
tempo real do enredo, 30 anos depois da III Guerra Mundial, uma gang
de motoqueiros liderados por Kaneda é envolvido numa luta com a gang
rival, quando o membro mais novo do gang de Kaneda, Tetsuo, colide
numa auto-estrada com uma criança misteriosa que havia escapado do
programa de investigação psíquica secreta do governo. Tetsuo é depois
levado pelos responsáveis deste programa governamental juntamente com
a criança, e é sujeito às mais diversas experiências. O incidente com
a criança misteriosa bem como os testes realizados acordaram os
poderes latentes de Tetsuo, com desastrosas consequências tanto a
nível pessoal, bem como conflitos interpessoais com os seus amigos, e
a nível mais amplo, uma vez que Neo-Tóquio é novamente ameaçada por
outro incidente. Akira, gira em torno da ideia básica de indivíduos
com poderes sobre-humanos, em particular as capacidades
psicocinéticas, mas grande parte da história não se concentra apenas
nestas capacidades, mas sobretudo nas pessoas envolvidas, problemas
sociais e políticos. O comentário social não é particularmente
profundo ou filosófico, mas sobretudo um olhar crítico sobre a
alienação da juventude, a ineficiência e corrupção do governo, e um
sistema militarizado, desagradado com os compromissos da sociedade
moderna. No manga, Akira é um personagem que surge apenas no segundo
volume, enquanto que no filme, Akira foi dissecado para pesquisa e os
seus restos mortais permanecem armazenados em crioconservação por
baixo do Estádio Olímpico de Tóquio. Esta mudança tem um efeito
dramático sobre a história. No manga, Akira e Tetsuo aliam-se e depois
Akira destrói Neo-Tóquio. O manga tem muitas diferenças em relação ao
filme, mas o resultado é o mesmo em ambos.
124 min
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LOCAL
Museu da Imagem e do Som Campinas SP
Palácio dos Azulejos - Rua Regente Feijó, 859
Programação sujeita a alterações
Entrada Franca (40 lugares)